Páginas

Páginas

Páginas

Páginas

quarta-feira, 26 de março de 2008











Amiga Adeus


Efémero

Como castelo na areia
é a vida em construção
logo vem a maré cheia
e tudo leva na mão

nada de quanto tivemos
é promessa e é futuro
cada trago que sorvemos
de sol de alento de ar puro

é pelos dias vindouros
sempre em nós ameaçado
esvaem-se n'água os tesouros
de nosso rir descuidado

e cai assim a conquista
tudo se desmente enfim
ao esvair-se em nossa vista
a nau de velas de brim

e no acaso do vento
no decorrer da maré
fica em nosso pensamento
o que foi e que não é

Marília Gonçalves



Para a Minha Querida Amiga
Maria do Carmo
que nos deixou para sempre
saudade e gratidão

Marília

à Elsa, em Memória de tua Mãe

um poema de Natália Correia

Mãe Ilha

Nessa manhã as garças não voaram

E dos confins da luz um deus chamou.

Docemente teus cílios se fecharam

Sobre o olhar onde tudo começou.

A terra uivou. Todas as cores mudaram

O mar emudeceu. O ar parou.

Escuros véus de pranto o sol taparam

De azáleas lívidas a ilha se cercou.

A que pélago o esquife te levava?

Não ao termo. A não chorar os mortos.

Teu sumo espiritual florido ensina.

E se o mundo em ti principiava,

No teu mistério entre astros absortos,

Suavemente, ó mãe, tudo termina.

Natália Correia



Sem comentários:

Enviar um comentário

O seu comentário espera moderação